Houve
uma época em que só se usavam cores pastel na decoração, hoje as cores
vibrantes voltaram com tudo e em uma enorme gama de tons. Apesar das
tendências, não se combinam as cores aleatoriamente, já que existem
técnicas profissionais para harmonizá-las sem cometer exageros.
Criando ambientes
Arquitetos,
decoradores, designers e até estilistas lançam mão do círculo cromático para
poder harmonizar os tons e criar efeitos que não são cansativos ou exagerados.
Saber usá-la é uma das artimanhas que mesmo leigos podem aproveitar na hora de
decorar um ambiente. "Mas é preciso lembrar que a cor nunca vem sozinha.
Ela sempre vem acompanhada de texturas, sobreposições que precisam ser levadas
em consideração", lembrou Anna Rezende Galeotti, coordenadora do curso de
Designer de Interiores da Universidade Anhembi Morumbi, de São Paulo
Para entender como
funciona o círculo cromático, é preciso entender o que é a luz. Segundo o
professor do curso Técnico em Design de Interiores do Senac-SP, Josivan Pereira
da Silva, a cor é uma sensação provocada pela luz no órgão da visão, mas que
não é a própria luz. "Não existe cor sem luz, seja solar ou
artificial", contou. O docente ainda explicou que depois de desenvolver a
lei da gravidade, o físico Isaac Newton se interessou pelos estudos da teoria
da luz e, baseado em experimentos que realizou e nas observações de outros
filósofos, revolucionou o estudo sobre o assunto. "Em 1666, Newton criou
um gráfico circular com as sete cores do arco-íris distribuídas na
circunferência. Este seria o primeiro círculo cromático", contou.
"A roda de cores é uma ferramenta
fundamental, pois com ela é possível checar as combinações. Basta colocá-la
sobre um tecido para saber se realmente combina", contou Carla.
1. Cores
primárias: as cores primárias dão origem a todas as outras cores
que são compostas pelo vermelho, azul e amarelo.
2. Cores
secundárias: as cores secundárias surgem com a mistura de duas cores
primárias como, por exemplo, a cor laranja que nasce da mistura entre o
vermelho e o amarelo; a cor verde que nasce da mistura entre o azul e o
amarelo; e a cor violeta que nasce da mistura entre o vermelho e o azul.
3. Cores
terciárias: as cores terciárias resultam da união entre cores
primárias e secundárias como, por exemplo, a cor turquesa que nasce da mistura
entre o azul e o verde; a cor verde limão que nasce da mistura entre o amarelo
e o verde; e a cor encarnada que nasce da mistura entre a violeta e o vermelho.
As restantes três cores terciárias não têm nenhum nome específico, sendo
simplesmente uma mistura de vermelho-laranja, amarelo-laranja e azul-violeta.
Como é que as cores se relacionam?
Todas as tonalidades
presentes na roda das cores relacionam-se de duas maneiras:
1. Cores
complementares: estas são as cores que, na roda, encontram-se de lados
opostos – caso do verde e do vermelho, do azul e do laranja. No entanto, esta
distância não significa que não possam ser combinadas, pelo contrário, o seu
efeito aparentemente contrastante produz um realce visual muito agradável na
decoração.
2. Cores
análogas: estas são as cores que encontramos encaixadas entre as
cores primárias como, por exemplo, o encarnado, o violeta e o violeta azul que,
embora diferentes, mostram claramente que pertencem à mesma família de cores.
Embora apresentem uma certa harmoniosidade, também precisam ser combinadas de
forma cuidadosa.
Tenha
em mente qual a atmosfera do seu ambiente. Pesquise quais cores combinam com
ele. Por exemplo: azul acalma, o amarelo provoca sensações de alegria, e o
verde é repousante. Esses efeitos são mais ou menos intensos, dependendo da
tonalidade usada.
Depois
de escolher a cor principal, lembre-se de não usar em exagero, pois assim não
haverá dinamismo. Agora é hora de selecionar uma cor que contraste ou
complemente a primeira.
Com
uma cor que contrasta bem com a cor dominante, você estará criando um “ponto
focal” na percepção do espaço, que quebra a monotonia e pode chamar atenção
para o elemento contrastante.
Mas
não se restrinja somente a opção das cores complementares para compor o seu
ambiente, há como criar composições interessantes utilizando cores vizinhas do
circulo cromático com as cores análogas.
Você
pode combinar dois pares de complementares simultaneamente, e também compor
cores análogas com outra oposta do circulo cromático, e por aí vai. E ainda dá
para usar na composição de tapetes, almofadas ou abajures com estampas que
compõem o conjunto.